A oliveira (Olea europaea) pertence à família das oleaceae, é uma árvore de folha permanente que pode atingir de 5 a 15 metros. O tronco apresenta uma cor acinzentado com formas irregulares e assimétricas. As raízes são profundos e fortes. As flores da oliveira são hermafroditas ou unissexuais e surgem no final da primavera. A polinização dá-se por meio do vento, por isso é recomendável a plantação de mais árvores nas proximidades.
A cultura da oliveira iniciou-se há 4000 mil anos, começou na Ásia ocidental, na Síria e Palestina, onde crescia de forma espontânea. Desde então passou a ser um símbolo da região do Mediterrâneo, entrando nas mais diversas cerimonias religiosas, culturais e místicas. Esta bela árvore carrega atributos de paz, sabedoria e gloria, representa também a fecundidade, a beleza e a dignidade. O seu azeite é conhecido por "ouro liquido" e as suas folhas são utilizadas pelas suas importantes propriedades medicinais (Benefícios das folhas de oliveira).
Carências nutricionais de uma oliveira
A nutrição equilibrada de uma oliveira é essencial a uma boa produção, a falta ou excesso de um nutriente pode comprometer a saúde do olival e levar à redução da vegetação e quebra da produção. A oliveira é especialmente sensível à carência de potássio e de boro.
➢ A falta de potássio: influencia negativamente a produção de azeitona e abala a resistência da oliveira à seca, ao frio e geadas. Além disso leva a uma diminuição do crescimento vegetativo, folhas pequenas com clorose apical que vai avançando para o limbo. Quando a carência é muito acentuada pode levar à desfolhação dos ramos.
➢ A carência de borro: leva à deformação e queda dos frutos, especialmente no Verão. Provoca o amarelecimento e seca da ponta da folha, ramos com entre nós curtos e leva à queda das folhas dando origem aos ramos desfolhados conhecidos por "escovas de bruxa"
➢ A escassez de azoto: provoca o amarelecimento uniforme das folhas, que acabam por crescer pouco e caem prematuramente.
➢ Falta de magnésio: observa-se uma clorose entre as nervuras das folhas mais velhas e posteriormente à queda de folha precoce.
➢ A escassez de cálcio: provoca uma clorose intensa na zona apical das folhas e compromete o crescimento radicular da planta.
Manutenção da oliveira
Poda da oliveira: O objetivo da poda de uma oliveira é restringir o tamanho, a densidade da árvore, eliminar a vegetação velha e doente, além de promover o crescimento de novos ramos, tendo em conta que a produção de azeitona dá-se nos ramos que cresceram no ano anterior. O ideal é limpar o centro da árvore, de modo a promover a entrada da luz dentro da copa, o sol é de extrema importância para o bom desenvolvimento e crescimento dos frutos. A ausência de poda por mais de três anos pode comprometer negativamente a produção do olival.
Rega do Olival: Embora na cultura tradicional não seja comum regar o olival, a rega só têm a acrescentar na qualidade e quantidade de azeite. Uma boa irrigação aumenta substancialmente a produção e o calibre da azeitona.
Colheita da azeitona: A apanha deve ser executada quando a azeitona está na fase de viragem, ou seja quando começa a alcançar o tom roxo. A limpeza da azeitona deve ser feita no olival, de modo a não transmitir características indesejáveis ao azeite. Obterá um azeite de maior qualidade se laborar a azeitona abaixo do período de 48 horas.
Condições ambientais
Em Portugal o olival encontra as condições ideais de desenvolvimento e faz parte de uma cultura integrante e familiar. Aprecia uma boa exposição solar e exige uma certa quantidade de frio para desenvolver o fruto.
A oliveira apresenta melhor desempenho em altitudes até aos 800 a 1000 metro e adapta-se a quase todos os tipos de solo, embora prefira solos com textura moderadamente fina, com boa drenagem, profundos, calcários e pH entre os 6,5 e os e os 8,0.
Na fase de crescimento e frutificação a temperatura ótima situa-se entre os os 15 e os 25º. No inverno aprecia temperaturas entre os 1,5 e os 15º. Sofre com temperaturas abaixo de -9º e morre com temperaturas abaixo -10º.
Variedades de oliveiras
A variedade predominante em Portugal para a produção de azeite é a Galega Vulgar, não é muito produtiva, mas rende um excelente azeite. É sensível à mosca da fruta, cochonilha, traça, gafa e tuberculose.
Atualmente estão a difundir-se outras variedades mais produtivas e com maior rendimento em azeite, são elas: Cobrançosa, Picual, Arbequina. Sendo a Picual muito sensível ao olho de pavão.
➢Outras variedades cultivadas para a produção de azeite: Cornicabra, Souri, Frantoio, Leccino, Sourani, Arbequina, Koroneiki, Carrasqueinha, Cobrançosa, Cordovil de Castelo Branco, Lentisqueira, Negruchas, Morisca.
➢ Variedades para a produção de azeitona: Manzanilla, Gordal Sevilhana, Macanilha Algarvia, Cordovil de Serpa, Redondal, Bicais, Calamato, Carlotas, Ascolana.
As oliveiras bravas são denominadas de Zambujeiros e geralmente são usadas como porta enxerto.
Curiosidades sobre os olivais
A Espanha encontra-se dentro dos maiores produtores de azeitona, seguida da Itália, Grécia, Turquia, Tunísia, Marrocos, Síria, Argentina e Portugal.
O maior olival do mundo encontra-se em Portugal, mais concretamente no Alentejo, pertence ao grupo Melo que comercializa a marca Oliveira da serra.
As oliveiras começam a produzir ao 4 a 5º ano e mantém-se em produção por longas centenas de anos. Uma oliveira apresentam uma longevidade superior a 1000 anos. Em Portugal podemos encontrar a oliveira mais velha em Santa Iria Da Azóia, que apresenta a respeitável idade de 2850 anos.
Sem comentários:
Enviar um comentário