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Como fazer a alporquia (passo a passo)

Como fazer a alporquia (passo a passo)

A alporquia ou alporque é uma técnica antiga que se classifica-se como um método de reprodução assexuada, em que apenas um individuo é envolvido na formação da nova planta, garantindo uma muda geneticamente igual à matriz. 
O método pode parecer complexo, mas a técnica é bem simples e o resultado é bastante compensador.

Técnica e vantagens da alporquia


Basicamente este procedimento permite estimular a formação de raízes, num ramo, sem que este seja separado da planta mãe. A haste é mantida unida à matriz até gerar raízes suficientes para se tornar independente. Com esta técnica podemos reproduzir uma planta que por outros modos dificilmente conseguiríamos, com a vantagem de ser funcional para a maioria das plantas lenhosas. Outro dos pontos positivos deste método é que assegura uma nova árvore em um estágio de crescimento avançado, com  fortes possibilidades de produzir flores e frutos no ano seguinte.

O método é semelhante à mergulhia, na qual se utiliza a mesma técnica, mas difere da alporquia no facto do ramo ser enterrado no solo sem ser separado da matriz.

Como é que funciona a alporquia?


Ao cortar um anel na casca no ramo, interrompemos o fluxo de seiva elaborada, contudo a seiva bruta continua a passar, permitindo que a haste continue sendo alimentado e não sofra desidratação.
Portanto, o galho intervencionado vai continuar a receber alimento da planta e as suas folhas vão  continuar a realizar o processo de fotossíntese. Os nutrientes produzidos pelas folhas do ramo de alporque, não são retribuídos à matriz, param e concentram-se na base da haste junto ao anel e consequentemente vão estimular a formação de novas raízes.

Durante o processo da alporquia é necessário garantir que a planta matriz continue saudável, é recomendado que não lhe falte água e que seja feita a adubação antes e depois do procedimento, garantindo assim toda a energia necessária à planta.

Como fazer a alporquia


Estação do ano: Em plantas de folha persistente cultivadas em ambiente natural, a alporquia terá mais sucesso durante a fase de crescimento vegetativo ativo, geralmente entre meados da Primavera a inicio de verão. Em plantas cultivadas em estufas ou outros ambientes controlados, é possível realizar a alporquia em qualquer mês do ano, salvo nas plantas que entram em dormência.

Escolha da árvore: A escolha da árvore ou da planta que se pretende multiplicar, é primordial. Esta deve ser saudável, bem desenvolvida e com características interessantes, não podemos esquecer que é um processo de clonagem. É igualmente importante que apresente uma boa folhagem sem sinais de doenças ou pragas. 
Caso a escolha seja uma árvore de fruto, prefira uma que já tenha iniciado o estádio de frutificação, desta forma aumentam a possibilidade da nova muda entrar em produção rapidamente.

Escolha do Da haste: O ramo deve ser lenhoso, saudável e bem abastecido de folhagem. O ideal é que tenha pelo menos 1 centímetro de diâmetro, mas que não ultrapasse os 5 centímetros.
Não escolha o ramo principal, nem um que seja proporcionalmente grande comparativamente com a planta mãe. A descompensação destes parâmetros pode comprometer o equilíbrio da planta. Sem folhas suficientes, a área de produção de fotossíntese diminui e compromete o metabolismo da planta. Isto porque, o ramo destinado a alporquia continua a receber nutrientes da matriz.

Como fazer o corte: Faça a intervenção com alguma distancia do tronco de origem do ramo. Em espécies difíceis faça o anel de alporque na zona de entre-nos.
Remova as folhas, com uma lamina desinfetada e bem afiada retire um anel de casca, a largura deve ter um pouco maior que o diâmetro do galho (aproximadamente 1,5 vezes o diâmetro do ramo). Limpe bem, toda a parte viscosa a seguir à casca deve ser retirada, se necessário raspe o anel. Esta operação é importante porque pretendemos interromper  na totalidade o fluxo de seiva elaborada, caso contrário eventualmente a alporquia não terá sucesso. 

Proteção do alporque:  Se tiverem, podem colocar hormonas de enraizamento na zona do corte. Cubra o anel de alporque com esfagno ou um substrato que retenha bem a humidade. Acomode-o bem à volta do anel e prenda-o bem com um plástico preferencialmente transparente e amarre bem as extremidades. 
Por fim envolva com um plástico preto e prenda.
É importante envolver a alporquia com plástico transparente para poder ir observando a evolução das raízes, afim de termos a noção exata da extração do ramo. O plástico preto por cima têm a finalidade de proteger as novas raízes da incidência do sol. 
Também é usual utilizar outros materiais como vasos ou recipientes moldáveis. Faz-se um furo no fundo no contentor de modo a encaixa-lo no tronco. Coloca-se no tronco e fixa-se com ajuda de arames ou outros materiais, de modo a não permitir a movimentação.
Depois é só colocar o composto e regar abundantemente.

Manutenção do alporque: Ocasionalmente, abra cautelosamente o plástico, controle a humidade e observe se o enraizamento já começou. Não permita que o substrato seque, mas evite encharcar.  
Uma forma de regar sem provocar atritos, que podem ser prejudiciais à formação das raízes, é injetar água com a ajuda de uma seringa.    

Finalização da alporquia: O tempo de enraizamento é longo, varia bastante conforme a espécie da planta escolhida, pode demorar desde algumas semanas a alguns meses meses. 
Depois de verificar o enraizamento bem desenvolvido, corte o alporque logo abaixo das raízes e replante num vaso antes do plantio em local definitivo. A intervenção deve ser cuidadosa, é importante retirar o plástico com cuidado, de modo a manter o torão intacto, nesta fase as raízes são finas e delicadas. 
A nova muda deve ser mantida em ambiente controlado, fora da incidência direta dos raios solares, até ao seu completo enraizamento.

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