Por norma mudamos as plantas de vaso e substituímos o substrato velho e usado por um novo e está tudo certo, mas quem têm muitos vasos de plantas sabe que esta prática pesa fundo no orçamento. O custo da troca de substrato pode ser bem alto, mas há uma forma bem simples de amenizar esta despesa e a palavra chave é, reciclar. Reutilizar o substrato velho pode ser a solução, esta prática permite economizar algum dinheiro, evitar o desperdício e ainda aprender um saber novo, mas antes de meter mão à obra é imprescindível ter em conta algumas exigências fundamentais.
Mas o que é preciso para ter um substrato perfeito e equilibrado? Pretende-se que seja um solo poroso, de modo permitir a entrada de ar, drenar bem a água e ao mesmo tempo reter alguma, é importante que seja rico em nutrientes e em matéria orgânica.
Outro aspeto importante e fundamental é que o substrato esteja sadio, libre de doenças e de pragas.
Como recuperar e reestruturar um substrato velho e esgotado
Arejar o substrato: A principal característica de um substrato cansado e esgotado é a compactação, é por isso essencial arejá-lo. Este deve deve mexido e descompactado para permitir soltá-lo e arejá-lo, mas há elementos que podemos acrescentar ao substrato para potenciar estas características.
➢ Casca de arroz carbonizada, ela areja e solta o solo e ainda acrescenta matéria orgânica à mistura.
Nem sempre é fácil encontrar a casca de arroz, mas esta pode ser substituída por outras cascas, como casca de amendoim, de feijão, de fava ou outos similares. Depois de bem secos são carbonizados num forno até alcançar o aspeto escuro que caracteriza a carbonização. Depois de arrefecerem, fragmentam-se as cascas de um modo grosseiro.
➢ Carvão britado, ele têm excelentes caraterísticas porosas que permitem que seja um ótimo condicionador do solo com várias capacidades (As vantagens do carvão vegetal nas plantas).
➢ Perlite, estes pequenos grânulos brancos muito leves e porosos, asseguram um bom arejamento do solo, aumenta a capacidade de drenagem e ao mesmo tempo melhora a capacidade de retenção de água do solo.
Enriquecer o substrato: Outro ponto importante é ter em conta que um substrato velho perdeu matéria orgânica e por conseguinte nutrientes. Vamos então agregar componentes que enriqueçam a mistura. Há vários elementos que podem ser adicionados para este efeito.
➢ Húmus de minhoca, aquela matéria vegetal que foi transformada pelas minhocas, pode ser de compra ou aquela que foi transformada em casa pela técnica da compostagem(Como fazer compostagem domestica).
➢ Estrume de gado muito bem curtido. Um estrume para estar no ponto assimilável para as plantas, em condições ideais leva pelo menos quatro meses a decompor-se.
➢ Cinza de madeira, acrescenta os macro nutrientes fosforo, potássio e nitrogénio (este ultimo em quantidades muito reduzidas). Contém também cálcio, magnésio e algum enxofre, boro, contém vestígios de ferro, manganês, zinco, cobre, sódio e molibdénio (Benefícios da cinza nas plantas).
Descontaminar o substrato: Se tivermos em mãos uma substrato infetado o processo é diferente e exige outras etapas.
Quando o solo está contaminado patógenos como ácaros, fungos, cochonilha, nematodos, entre outros, é recomendado colocá-lo num saco e jogá-lo fora. Porque quando usado indevidamente misturado com outro composto, em canteiros, ou espalhado pelo jardim ou pela horta ele pode espalhar os organismos nocivos e provocar novas contaminações. Porém é possível descontaminar o substrato através da esterilização química ou física. A Esterilização química é feita com produtos químicos e a física é realizada com a exposição do substrato a temperaturas acima dos 70º. É possível fazê-lo nos fornos de casa, colocando o substrato num tabuleiro e mantê-lo à temperatura de 100º por pelo menos 30 minutos, depois desta exposição deixa-se o mesmo arrefecer dentro do forno.
Outro modo possível de desinfeção é a solarização, porem este método de esterilização requer um período mais alargado, acima de quatro semanas, este tempo varia conforme a incidência do sol e a época do ano. Coloca-se o substrato dentro de um saco transparente, estende-se dentro do mesmo, fecha-se bem fechado e coloca-se ao sol. Note-se que neste procedimento o substrato deve estar húmido.
A desinfeção do solo mata os microrganismos nocivos e não só, os microrganismos benéficos também sofrem e como eles são essenciais ás plantas é preciso repô-los.
Duas das formas possíveis é adicionando húmus de minhocas ou bokashi (Bokashi - adubo orgânico caseiro).
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