Como e porquê decapitar suculentas

Como e porquê decapitar suculentas

Decapitação é o nome usado para apelidar esta prática e apesar de não ser um termo meigo, aporta muitos vantagens ás nossas suculentas. Define-se por cortar a roseta da suculenta, por meio de um processo simples e seguindo algumas regras.

A decapitação de suculentas têm várias finalidades e sem muita técnica conseguem-se resultados que de outra forma não seriam possíveis.

Suculentas que saem dos parâmetros idealizados: Esteticamente o maior motivo para decapitar uma planta é a estiolação, mas há outras causas, como por exemplo crescimento torto e desalinhado, crescimento excessivo do caule de suculentas antigas, desequilíbrio entre o peso da roseta e o tamanho do caule. 
Esta técnica permite encurtar e reposicionar a planta no centro do vaso e recuperar a harmonia na totalidade.

Recuperação de suculentas doentes: Por vezes a decapitação é a única hipótese de salvar uma suculenta, principalmente quando se verifica que a raiz da planta está inconforme. Ao decepar a suculenta, ela vê-se obrigada a produzir novas raízes e deste modo ela gera um sistema radicular novo e sadio. 
A existência de pragas como nematodes e cochonilhas também deve ser tida em conta, estes organismos tendem a esconder-se, mas os seus malefícios são bem nítidos. As plantas enfraquecem e amarelecem porque estas pragas sugam a sua seiva e no caso dos nematodos há até um engrossamento das raízes que dificulta as funções do sistema radicular.

Produção de novas mudas: A decapitação é uma das várias maneiras de propagar uma suculenta e a mais eficiente  quando se trata de Echeverias. Nesta família a propagação através das folhas é um meio muito usado para conseguir novas mudas, contudo o processo é demorado ou mesmo difícil para algumas espécies e a decapitação é o meio que garante bons resultados quando bem realizado.

Como fazer a decapitação de uma suculenta?


➢ Ter atenção ao material a usar. As laminas devem ser bem afiadas de modo a fazer um corte limpo e evitar lesões desnecessárias à planta. Depois do corte a planta fica exposta e vulnerável à entrada de microrganismos, portanto a desinfeção dos instrumentos é outro passo essencial.

➢ Escolher a altura ideal. A decapitação deve ser realizada no período de maior desenvolvimento da suculenta e que acontece geralmente na maioria das espécies desde a primavera ao verão, salvo algumas exceções como por exemplo os Aeonium, que têm o período de crescimento ativo no Inverno.
Evitar fazer a decapitação em dias chuvosos, a humidade é propicia à propagação de fungos e pode comprometer toda a operação.
Quando o objetivo é salvar uma planta, como o apodrecimento do caule ou das raízes, a decapitação faz-se em qualquer altura e o mais rápido possível, dado que não há escolha. 

➢ Fazer um corte limpo para separar a roseta do caule. Verificar minuciosamente os tecidos da roseta cortada, de modo a retirar se necessário tecidos danificados. Por vezes algumas alterações de cor podem-nos indicar que a planta está começando a apodrecer, cortar todo o tecido suspeito e polvilhar com canela. A decapitação só funciona em situação de doença localizada, quando a planta apresenta sinais de doença espalhados por todos os tecidos é possível tentar um fungicida sistémico, porém se a infeção estiver muito avançada mais vale esquecer.
Se o objetivo da decapitação é estimular ao surgimento de novas mudas, é recomendado deixar algumas folhas no caule base.  Após o corte passar canela ou cola sobre as superfícies expostas.

Depois da operação de corte, a base do caule da planta pode continuar no mesmo local e deve-se tratar como as demais suculentas, regar e fertilizar, de modo a que não lhe falte energia para emitir novas rebentações. Porém se estiver a chover deve ser retirada para um local coberto até que superfície de corte cicatrize totalmente.

A roseta já decapitada deve ser guardada protegida da incidência direta do sol e das correntes de ar. O ideal é colocar a roseta sobre um recipiente vazio, como por exemplo  um vaso, esta opção permite que a roseta mantenha o formato e o ar circunde em toda a sua volta, proporcionando uma cicatrização uniforme.
Dependo das condições climáticas o corte pode levar de 2 dias a uma semana a cicatrizar.  Posto isto pode-se seguir tranquilamente com a plantação. 
Quanto ao caule da base, basta esperar que surjam as novas rebentações, o tempo varia muito conforme a espécie e a altura do ano. Mas regra geral ao fim de duas a rês semanas já se veem resultados satisfatórios. 

Vejam o Vídeo aqui: 



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